terça-feira, 4 de novembro de 2008

O Túnel do tempo das crianças


Será que elas mudaram muito?!

Observem isso e se perguntem de novo. O que elas pedem e querem hoje nem chega perto do passado.

Meus Oito Anos

“Oh ! que saudades que eu tenho
Da aurora da minha vida
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais !
- Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais !”

Casimiro de Abreu, 1859.



Porquinho-da-Índia

Quando eu tinha seis anos
Ganhei um porquinho-da-índia.
Que dor de coração me dava
Porque o bichinho só queria estar debaixo do fogão!
Levava ele prá sala
Pra os lugares mais bonitos mais limpinhos
Ele não gostava:
Queria era estar debaixo do fogão.
Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas . . .

— O meu porquinho-da-índia foi minha primeira namorada.

Manuel Bandeira ,1921.

Oito Anos


”Por que os ossos doem
Enquanto a gente dorme?
Por que os dentes caem?
Por onde os filhos saem?


Por que os dedos murcham
Quando estou no banho?

Por que as ruas enchem
Quando está chovendo?

Quanto é mil trilhões
Vezes infinito?

Quem é Jesus Cristo?
Onde estão meus primos?”

Adriana Calcanhoto, 2007.


5 comentários:

Sousa disse...

Reflexo da globalização. Outro mundo, outras (e infinitas) opções, outros desejos, mas para elas, talvez, a mesma coisa, sempre...

;D
[]'s
Sousa (Marcolino)

Anônimo disse...

"preguntem" é foda... Conserte isso logo!

Não vi grande diferença entre as idéias dos textos e os pensamentos da crianças no passar dos anos. Todas aqueles idéias estão em todas as crianças, sejam de hoje (ainda que inibidas) ou nas de outrora.

Entendi o que você quis dizer, mas o textos não foram felizes.

Dani disse...

Concordo com Sousa, não há como negar que as influências da modernidade tem modificado alguns hábitos e pensamentos das crianças.

Eu trabalho com "crionças" e sei bem o que é isso. rsrs


Gostei da idéia Lou!

Muito bacana!!

FláviAtaíde disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
FláviAtaíde disse...

Dizer que não chega nem perto do passado talvez não seja o termo mais apropriado. Crianças serão sempre crianças e acredito que esse simples fato as tornam superiores.
Mas é lógico que não da pra negar a diferença gritante entre esses textos postados. As palavras de Casimiro de Abreu e Manuel Bandeira retratam a mais pura inocência contida nos pequeninos seres, enquanto o Gabriel da Adriana Calcanhoto com seus questionamentos embaraçosos representa os pestinhas nada inibidos de hoje, mas que se reparados com carinho, terão sempre em sua essência aquela mesma inocência de sempre.